O risco de crédito é um dos principais desafios enfrentados por instituições financeiras e varejistas ao conceder empréstimos ou vender a prazo. Entender como é feita a análise de risco de crédito é um processo essencial para determinar o potencial de perda financeira decorrente do não pagamento e dos juros gerados no empréstimo.
Então, como é feita essa análise? Neste artigo, vamos explicar como é feita a análise de risco de crédito, utilizando os 5C’s do crédito e outros critérios específicos da operação. Acompanhe!
O que é risco de crédito?
O risco de crédito é a probabilidade de um cliente não cumprir com o pagamento de uma dívida que adquiriu, seja ele pessoa física ou jurídica.
Empresas que trabalham com concessão de crédito, como instituições financeiras e redes varejistas, enfrentam um grande desafio na hora de avaliar o perfil do cliente e determinar o risco de crédito da operação.
Mesmo com políticas de gestão de risco de crédito, vender ou emprestar valores a prazo sempre é uma ação complexa. É importante realizar uma análise completa dos solicitantes de crédito para controlar e minimizar os riscos da operação.
No Brasil, especialmente, esses cuidados são essenciais devido ao alto índice de inadimplência e endividamento no país.
Importância da análise de risco de crédito
A análise de risco de crédito é essencial para os credores que trabalham com concessão de crédito, pois permite determinar o potencial de perda financeira decorrente do não pagamento dos juros do empréstimo.
É através dessa análise que o credor pode definir o percentual de juros que será cobrado na operação, uma vez que os juros servem como uma forma de compensação pelo risco de crédito assumido.
Além disso, a análise de risco de crédito ajuda a determinar a capacidade do tomador de cumprir as obrigações do crédito, o que ajuda o credor a se proteger da perda de fluxos de caixa e reduzir a gravidade das perdas.
Por isso, a análise de risco de crédito é uma ferramenta importante para garantir a sustentabilidade financeira do credor e a segurança da operação de crédito como um todo.
5C’s do crédito: o que levar em consideração em uma análise de risco de crédito?
Para fazer a análise de risco de crédito, é comum utilizar os chamados 5C’s do crédito, que são os cinco fatores que devem ser levados em consideração. São eles:
Caráter
Este fator se refere à reputação do tomador no mercado, avaliando aspectos como histórico de pagamento, referências profissionais e tempo de atuação no mercado. Essa análise é qualitativa e permite ao credor formar uma visão inicial sobre o mutuário.
Capacidade
É o fator mais importante dos 5C’s, pois se refere à capacidade do tomador de pagar o crédito obtido. A análise é quantitativa, usando dados do fluxo de caixa do tomador para identificar a capacidade de honrar a dívida.
Capital
Este fator se refere ao patrimônio líquido do tomador e outras rendas que possam complementar o fluxo de caixa do mesmo e ajudar na quitação da dívida. É uma forma de avaliar a capacidade do tomador de pagar o empréstimo mesmo se não tiver fluxo de caixa de entrada suficiente.
Colateral
Garantia colateral é um tipo de segurança que um tomador de empréstimo oferece ao credor como uma forma de garantir o empréstimo. Se o empréstimo não for pago, a garantia pode ser usada para reduzir as perdas financeiras do tomador de empréstimo.
Condições
As condições presentes são analisadas para predizer o futuro do tomador de empréstimo e avaliar sua habilidade de pagar a longo prazo. São levados em conta os motivos que levaram ao empréstimo e os fatores macroeconômicos que podem impactar o desempenho financeiro do mutuário no futuro.
Como é feita a análise de risco de crédito?
O primeiro passo para a análise de risco de crédito é a análise do perfil do solicitante, que pode ser um solicitante pessoa física ou jurídica, que inclui o histórico de pagamento e capacidade financeira.
Além disso, é importante verificar possíveis fraudes, lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, bem como a identificação de Pessoas Expostas Politicamente (PEPs).
Após a validação positiva do perfil, a instituição deve avaliar critérios específicos da operação, como a estrutura do financiamento, adequação às necessidades do cliente e classificação de risco conforme a escala do Banco Central.
O acompanhamento contínuo dos clientes e das operações é outro passo fundamental, que inclui a avaliação periódica da situação financeira do cliente, monitoramento de outras operações de crédito ou dívidas existentes e evolução da economia e setor de atuação.
É importante também monitorar outros grupos de interesse ligados aos clientes, especialmente os de Pessoa Jurídica, como seus sócios e parentes.
Por fim, é necessário estabelecer processos e fluxos claros de recuperação do crédito em caso de inadimplência, incluindo a atualização do perfil do devedor, busca por ativos, definição do Valor Estimado de Recuperação (VER) e segmentação de contatos a serem cobrados.
É fundamental ter a localização e contato de devedores atualizados para possibilitar a formalização da cobrança e as formas de negociação. Com esses passos bem definidos, é possível minimizar os riscos de crédito e garantir a saúde financeira da instituição.
Palavra da especialista: “A política de crédito deve ser flexível o suficiente para se ajustar às condições do mercado e às necessidades dos clientes, mas também rígida o suficiente para evitar riscos desnecessários.” Alcimere Noventa – Consultora de renome na área financeira com mais de 30 anos de experiência em crédito e cobrança. Fonte: Videocast – O novo perfil do profissional de crédito.
Boas práticas de uma análise de risco de crédito bem feita
Para uma análise de risco de crédito eficiente, é preciso seguir algumas boas práticas, como:
- determinar e classificar os perfis de risco dos clientes com base em sua capacidade de pagamento e histórico de crédito;
- manter regras atualizadas e monitorá-las constantemente;
- definir limites seguros para o crédito;
- automatizar a análise sempre que possível.
Com essas práticas, é possível reduzir os riscos e aumentar a rentabilidade das instituições financeiras.
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Conclusão
Em suma, a análise de risco de crédito é um processo crucial para as instituições financeiras e varejistas que concedem empréstimos ou vendem a prazo.
Através dos 5C’s do crédito e outros critérios específicos da operação, é possível avaliar a capacidade de pagamento do tomador e determinar o potencial de perda financeira decorrente do não pagamento e dos juros do empréstimo.
Para auxiliar na compreensão de como é feita a análise de risco de crédito, disponibilizamos um e-book, um template e um webinar, que fornecem informações detalhadas sobre a análise de risco de crédito e auxiliam na implementação de políticas de gestão de risco de crédito efetivas.
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