O que vai mudar no score com o cadastro positivo?

O que vai mudar no score com o cadastro positivo?
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O score de crédito é a maneira mais conhecida para medir o risco de determinado cliente não honrar com seus pagamentos no futuro. No entanto, essa medida leva em conta apenas as negativações, sem considerar outros aspectos que permitem oferecer uma concessão de vendas a prazo mais justa. Nesse sentido, as novas regras do cadastro positivo vem transformando essa forma de avaliação.

Aprovadas em 2019, elas trouxeram mais transparência para a relação entre clientes e empresas. Quando utilizado dentro da política de crédito, o recurso do cadastro positivo possibilita ampliação no faturamento e a chance de inserção de novos consumidores na economia, que até então eram barrados com base em alguns episódios de inadimplência.

Obviamente este é apenas um resumo do que esperar dessas duas variáveis no futuro. Entenda mais sobre o tema e como será a relação entre cadastro positivo e score de crédito logo a seguir!

O que é cadastro positivo?

O cadastro positivo pode ser facilmente definido como o comportamento de pagamento dos consumidores. O sistema existe desde 2011 e registra o histórico de pagamentos efetuados a bancos, financeiras e cartão de crédito, atribuindo uma nota em cima disso. Pagamentos a concessionárias de água, luz e telefone também são analisados. 

A inserção no cadastro positivo era opcional, mas a partir de 2020 a entrada de novos clientes se tornou compulsória. Em outras palavras, as pessoas entram no cadastro automaticamente e, caso não queiram que suas informações sejam coletadas, devem solicitar a exclusão do sistema.

As empresas que desejarem utilizar o recurso — em paralelo ao uso do score de crédito — para enriquecer suas análises precisam contratar o serviço de um bureau de crédito ou empresa que tenha um banco de dados alimentado pelo sistema. Assim é possível conceder melhores prazos e limites, baseados no bom comportamento financeiro do cidadão.

Como funciona o sistema atual de score de crédito?

O score de crédito é a pontuação dada para cada cidadão que compra a prazo dentro do território nacional. Feito por empresas especializadas, a ferramenta avalia qual a probabilidade de um consumidor se tornar inadimplente em um prazo de 12 meses. Nessa análise são consideradas informações como:

Essa pontuação varia de 0 a 1000. Em tese, quanto menor for esse número, maiores serão as chances dessa pessoa ou empresa não honrar uma nova dívida. Pessoas físicas podem consultar seu score de crédito de maneira gratuita. Já as empresas precisam contratar um parceiro especializado para ter acesso aos dados.

Alguns pacotes fornecem informações completas, como dados cadastrais, negativações e consultas anteriores ao CPF ou CNPJ consultado. Por isso, é importante verificar se o fornecedor oferece esses dados adicionais antes de contratar um serviço do tipo.

Ter conhecimento do score de crédito antes de realizar uma venda a prazo é fundamental. A ferramenta também é importante para formular a política de concessão, facilitando a classificação de perfis de cliente e grupos de risco. 

No entanto, esse não deve ser o único critério de avaliação. Alguns consumidores que preferem comprar a vista podem apresentar um baixo score de crédito, por não possuírem registros suficientes nas financeiras. Outros históricos e comportamentos devem ser considerados, como o volume e valores de compras, capacidade de pagamento e documentos cadastrais.

Quais os benefícios do cadastro positivo?

Uma das formas de enriquecer a análise de crédito e não perder negócios é começar a utilizar o cadastro positivo. Embora a decisão de torná-lo compulsório tenha gerado certa desconfiança por parte da população, a medida vem se mostrando positiva em todos os setores da sociedade. Confira!

Para o cidadão

A consulta ao cadastro positivo tem favorecido a humanização das relações de crédito. Pessoas que geralmente tem seus crediários e pedidos de crédito negados, em função das restrições no CPF, passam a ter uma oportunidade extra para comprovar sua capacidade financeira. O mesmo vale para profissionais autônomos e informais, que no geral têm dificuldades para comprovar renda.

Para a economia

Países que já adotaram o modelo de cadastro positivo compulsório perceberam uma redução significativa na inadimplência e ampliação do acesso ao crédito no longo prazo. Além disso, o sistema possibilitou a criação de mais oportunidades de negócios e elevação nas vendas. 

A ideia é que a utilização da ferramenta nas consultas de crédito traga os mesmos efeitos para o Brasil e o amadurecimento do sistema de crediário nacional. A economia tende a crescer em função do aquecimento interno e da entrada de novos investidores externos, que passam a injetar capital no país com maior segurança.

Para as empresas

O cadastro positivo traz ainda mais benefícios para as empresas. Dentre eles, podemos destacar a diminuição dos riscos na concessão de crédito e na inadimplência. É possível que se perceba uma redução nas despesas ligadas aos setores de crédito e cobrança de dívidas, bem como uma ampliação nas vendas e no ticket médio por transação.

Como o cadastro também registra a informação de pessoas jurídicas, o próprio negócio pode se beneficiar com uma maior facilidade de acesso ao crédito. Bancos, fornecedores e até mesmo grandes clientes B2B podem consultar o histórico de pagamento e oferecer mais oportunidades para fechamentos de contratos.

Como é o cadastro positivo em outros países?

Como mencionamos, a inserção do cadastro positivo gerou resultados positivos para a economia em grande parte dos 70 países onde foi implementado. A grande maioria adotou o sistema de inclusão automática e percebeu reduções significativas na inadimplência e nas taxas de juros aplicadas pelo mercado. Veja a seguir alguns exemplos.

Estados Unidos

O acesso ao crédito passou de 40% para 80% da população economicamente ativa. Foi percebida uma redução na propensão de pagamentos em atraso, uma vez que o consumidor percebeu como seu histórico no cadastro positivo interferia também no seu score de crédito.

A coleta de dados para o sistema também é compulsória e informações como abertura de contas, limites de crédito concedidos por outras instituições e registros pessoais e demográficos ficam disponíveis para consulta e avaliação.

Alemanha

A Alemanha é o único país da lista onde a inserção no cadastro positivo é opcional. Porém, sua utilização no mercado é bastante ampla e até mesmo imobiliárias e prestadoras de serviço utilizam a ferramenta para consulta. O resultado foi o maior acesso da população ao crédito e crescimento econômico.

Reino Unido

O sistema de cadastro positivo é bem parecido com o atual modelo brasileiro, onde bureaus de crédito coletam informações sobre históricos de pagamentos e dados pessoais, compartilhando esses dados com empresas de diversos setores que vendem a prazo. 

A liberação dessas informações é regulamentada pelo Data Protection Act de 1988, uma lei de proteção similar à LGPD brasileira, mas com suporte extra para prevenir o risco de fraudes e garantir a recuperação de dívidas por parte das empresas.

México

O recurso no país mescla a coleta de informações compulsórias e opcionais. A concessão de dados básicos é automática, podendo ser retiradas a pedido do consumidor. Já análises mais complexas, como a comparação de perfil pessoal do cliente com categorias de produtos e segmentos, requer autorização prévia. 

A lei de proteção de dados do país também permite que o cidadão solicite a correção das informações apresentadas em seu histórico. Essas particularidades tornaram o modelo de cadastro positivo um dos mais democráticos e bem-sucedidos já vistos.

Bélgica

A política de coleta de histórico positivo foi adotada no país em 2003. Desde então, o acesso das pessoas ao crédito têm crescido. De acordo com dados do país de 2014, 66% de toda população tem ao menos uma conta de crédito aberta em bancos e instituições financeiras.

Outros tantos países adotaram o sistema, como a Argentina — que percebeu uma melhora de 75% na inadimplência — e a China, que têm um valor de cerca de 150% do PIB liberado no mercado em formato de crédito. Os empréstimos no Brasil chegam a 46% deste indicador.

O que muda na consulta de crédito com o novo cadastro positivo?

Como o score é um indicador que a avalia a confiança que o mercado tem em determinado tomador de crédito, a tendência é que a divulgação de dados do cadastro positivo e o aumento no volume de transações eleve gradativamente a pontuação de bons pagadores nos bureaus e empresas especializadas.

Para as empresas que vendem a prazo, o ideal é ampliar e diversificar os critérios de concessão e suas políticas de crédito. Assim, perfis de clientes que apresentam uma estrutura financeira mais sólida e bons hábitos de pagamento podem ter acesso a taxas de juros menores e prazos diferenciados. 

A tendência também é que a inserção automática no sistema interfira no comportamento do consumidor. Antes, a pessoa negativada não tinha grandes perspectivas de ter um crediário ou cartão de crédito aprovados, já que a consulta negativa torna a análise mais criteriosa.

Estas organizações agora terão acesso a informações que não estavam acessíveis ao mercado, o que servirá de motivação para parte do público manter o pagamento de suas contas em dia. 

É importante destacar que comércios, serviços e financeiras continuaram com acesso básico somente ao score de crédito, a menos que o consumidor autorize a divulgação aberta. Contudo, a pontuação gerada pelos bureaus utilizará a abrangência do cadastro positivo para definir esse indicador.

Quais os benefícios do cadastro positivo para a análise de crédito?

O grande diferencial está no uso otimizado dos dados e informações de pagamento dos potenciais clientes. Quando a concessão de crédito se baseia apenas no histórico negativo, ela atinge seu papel de proteger o capital da empresa, porém não fornece os recursos completos para avaliar quais oportunidades de negócio realmente valem a pena dizer sim.

Com informações sobre o total de endividamento, é possível ainda conceder limites de maneira mais criteriosa. Quando a liberação é baseada somente na renda, mas o cliente possui empréstimos em diversas instituições, as chances de conceder um valor acima de sua capacidade e se tornar inadimplente aumentam.

A análise de crédito pode então se tornar mais precisa, o que facilita o conhecimento do público e a criação de perfis personalizados para a liberação de limites. Com um sistema de avaliação mais assertivo, sua empresa pode beneficiar os bons clientes e melhorar o relacionamento a partir da concessão de crédito.

Como o cadastro positivo melhorou as relações do mercado?

A consulta ao cadastro positivo foi liberada em 11 de janeiro de 2020, portanto, é bem recente. Bancos e financeiras vêm nutrindo o sistema com dados de seus consumidores desde novembro de 2019. Nos meses seguintes as concessionárias de água, luz e telefone iniciaram a migração e a base já têm informações suficientes para funcionar.

De maneira geral, percebemos uma aceitação positiva do mercado em relação ao cadastro positivo para complementar a consulta de negativações. Já é possível perceber redução dos custos de concessão de crédito e otimismo do empresariado perante a possibilidade de expansão nos negócios.

Segundo informações da Agência Brasil, a perspectiva é que o novo sistema gere cerca de R$ 790 bilhões em vendas e oportunidades para as empresas. A consulta também não interfere a agilidade das liberações de crédito, uma vez que a tecnologia empregada não burocratiza o sistema de consultas.

Portanto, as perspectivas para o mercado são bastante positivas, principalmente para pequenas e médias empresas, que até então não contavam com um sistema tão apurado de avaliação de risco como os grandes banco e financeiras. Além de maior segurança, o sistema promete gerar uma competitividade positiva entre negócios do mesmo segmento, seja no varejo, serviços, indústrias e pequenas financeiras.

O cadastro positivo oferece um panorama completo sobre o endividamento. Sucesso em diversos países, esse recurso enriquece as análises de potenciais compradores, até então pautada em um score de crédito que considerava apenas o histórico negativo do consumidor. Aproveite-o para refinar sua estratégia, elevando critérios para maus pagadores, recompensando os bons e oferecendo condições mais competitivas perante a concorrência.

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